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              O Seminário de Igualdade de Gênero e Diversidade Sexual se inscreve no âmbito dos temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, sendo organizado na forma de um conjunto diverso de atividades (palestras, filmes, apresentações artísticas culturais e oficinas).

                Tendo como meta envolver a comunidade acadêmica do IFAL, campus Arapiraca, o seminário adquire o papel de ser um importante e necessário momento de formação político-cultural, com vistas a fazer do ambiente escolar um lugar de acolhimento as diferenças e crítico frente as desigualdades e opressões socialmente estabelecidas.

       Discutir nas escolas as relações e identidades de gênero e sexuais, ainda tem sido, tal como na sociedade em seu conjunto, um tabu a ser superado. Tradicionalmente, a temática foi inserida nas instituições de ensino como uma forma de “normalização, disciplinamento e ajustamento heteronormativo de corpos, mentes, identidades e sexualidades” (BRASIL, p. 11). Nestes termos, da promessa da escola como um espaço inclusivo e de acolhimento, que reconhece e valoriza o diverso sob a base da promoção de cidadania, transformam-se, as instituições de ensino, em espaço e ambiente de reprodução de discriminações e estereótipos, podamento do diverso e que naturaliza desigualdades.

     Desde a segunda metade do século XX, sob contextos e ritmos diferentes, a agenda de movimentos feministas e LGBT´s conquistaram cada vez mais o debate público permitindo a estes sujeitos romper e enfrentar invisibilidades, discriminações e opressões antes silenciadas. Desta feita, a sociedade pôde presenciar mudanças e transformações que também representavam e incorporavam conquistas destes movimentos no plano do reconhecimento social e dos direitos legais (CISNE, 2014; PRADO & MACHADO, 2012).

     No entanto, a visibilidade alcançada também revela e difunde a situação de vulnerabilidade a quem historicamente tem sido submetidas mulheres, gays, lésbicas e trans. Potencializadas quando se incorporam as variáveis de classe e a questão étnico-racial, tais sujeitos se veem imersos em um cotidiano que recorrentemente negam direitos, as suas autonomias e os inferiorizam socialmente.

       Este cotidiano corresponde a marcante presença de uma estrutura social de forte rigidez hierárquica a qual naturaliza “papéis” que são socialmente construídos, reservando, assim, posições e lugares fixos para homens e mulheres, tanto quanto para as suas identidades de gênero e sexualidade. A identificação desta estrutura rígida e desigual adquire relevo sob diversos indicadores econômicos e sociais que marcam as desigualdades entre homens e mulheres: está presente na existência de uma “divisão sexual do trabalho” e na desigualdade de renda; nos diferentes  graus de escolaridade e qualificação profissional; na ocupação em cargos políticos e de chefia etc.. O sintoma mais extremo dessa desigualdade toma forma na violência e assassinatos que mulheres, trans e homossexuais são vítimas por motivo de gênero e orientação sexual. Segundo levantamento divulgado em 2013 pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), o estado de Alagoas, além de ser considerado o estado mais perigoso para o negro morar, é classificado como o 3º pior estado para as mulheres e o 5º pior para homossexuais, tomando como referencial a probabilidade de ser vítima de assassinato.

    Todo este conjunto de violência, desigualdades e opressões se inscreve em uma ordem patriarcal e heteronormativa que define homens e mulheres em todas as suas dimensões e de maneira estática, naturalizante. Ou seja, determinam-se qual é a profissão “de homem” e a “de mulher”, como devem expressar suas sexualidades, como devem comportar-se e expressar suas emoções, vestir-se, falar etc..

      Neste sentido, cabem as instituições de ensino, comprometidas com uma formação cidadã e com o desenvolvimento de um senso crítico, refletir e promover a igualdade de gênero e o respeito a diversidade sexual, agindo de maneira pró-ativa na construção de valores democráticos e inclusivos. O campus Arapiraca tem, portanto, a oportunidade de abrir este debate de maneira mais aprofundada, estimulando novas iniciativas no campo do ensino, da pesquisa e da extensão, para que estes temas não estejam presentes apenas durante um “seminário”, mas sim, incorporado no cotidiano de nossa instituição.

Adriana Ferreira (Profª Geografia)

Denys Rocha (Prof. Informática)

Diego Guedes (Psicólogo)

Diogo Meurer (Prof. Matemática)

Ellen Maiane (Prof. Filosofia)

Enildo Freire (Pedagogo)

Juliana Carla (Assistente Social)

Lucas Menezes (Prof. Sociologia)

Luciete Barbosa (Bibliotecária)

Maria José Oliveira (Prof. Biologia)

Sheila Assunção (Pedagoga)

Vagner Ramalho (Prof. Filosofia)

SOBRE O SEMINÁRIO

Apresentação
Justificativa
Comissão Organizadora
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